Espanha ordena que Airbnb retire 66.000 anúncios de aluguel de temporada

O Ministério do Consumidor da Espanha ordenou que o Airbnb exclua mais de 66.000 anúncios de aluguéis de curta temporada no país por violarem as leis de moradia.
O Ministério do Consumidor da Espanha solicitou especificamente à empresa de aluguel de férias que retirasse 65.935 anúncios de acomodações turísticas de seu site, pois considera que eles violam os regulamentos.
A primeira dessas decisões foi proferida no final do ano passado e afetou 5.800 residências em diversas regiões. A decisão foi mantida pelo Tribunal Superior de Justiça de Madri, mas o Airbnb recorreu posteriormente em maio deste ano. Agora, a decisão final foi proferida.
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A violação mais comum é que as propriedades não fornecem sua licença turística no anúncio, que é obrigatória em várias regiões do país.
Aqueles que não possuem licenças turísticas são, na verdade, ilegais, pois não atendem às regras estabelecidas pelos respectivos municípios. Isso pode significar que não possuem entradas separadas, que os vizinhos locais votaram contra ou que estão localizados em áreas centrais históricas de cidades onde as licenças não são mais emitidas.
Também foram detectados casos em que o número de registro está incorreto, o que pode significar que há um erro genuíno ou que os números foram inventados.
O Ministério também encontrou vários casos em que o Airbnb não indica se os proprietários são empresas profissionais ou indivíduos, o que afeta os direitos dos consumidores.
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Após a decisão judicial que deferiu o pedido de bloqueio desses anúncios, espera-se que o Airbnb remova os anúncios em algum momento hoje, segunda-feira, 19 de maio. A decisão afeta os Airbnbs na Andaluzia, Madri, Catalunha, Valência, Ilhas Baleares e País Basco.
A Espanha vem reprimindo duramente plataformas de hospedagem turística como o Airbnb nos últimos anos devido à atual crise imobiliária e ao turismo excessivo. Ambas estão sendo responsabilizadas pela disparada dos preços dos imóveis e pela falta de casas acessíveis no mercado.
No ano passado, um relatório da Prefeitura de Madri mostrou que havia cerca de mais de 15.200 aluguéis turísticos ilegais na cidade, uma das maiores concentrações deles no país.
Em Barcelona, desde 2016, a cidade impôs mais de 10.500 multas e ordenou o fechamento de 9.700 apartamentos turísticos ilegais. No ano passado, o prefeito da cidade chegou a afirmar que pretendia proibir todos os apartamentos para aluguel turístico até 2028.
Já na província andaluza de Málaga, existem 43.366 casas turísticas ilegais, segundo dados do Ministério do Consumidor. Isso representa mais da metade dos 85.000 apartamentos anunciados ilegalmente como acomodações turísticas na Andaluzia.
E em Valência, o governo local diz que há cerca de 12.000 apartamentos turísticos na cidade e a grande maioria deles são ilegais.
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