Não será tão fácil para você sem amônia, câncer!

A amônia, intensamente acumulada no ambiente tumoral, promove seu desenvolvimento ao enfraquecer a atividade das células do sistema imunológico, demonstrou uma equipe de cientistas da Polônia, liderada pela Dra. Magdalena Winiarska, do Instituto de Medicina Experimental e Clínica da Academia Polonesa de Ciências. Esse conhecimento pode ajudar a aumentar a eficácia da imunoterapia.
A amônia (NH3) é um composto químico produzido nas células como resultado do metabolismo de aminoácidos. Em excesso, é tóxica, razão pela qual o corpo a remove rapidamente – o fígado e, em menor grau, os rins a convertem em ureia menos prejudicial, que é então excretada do corpo.
Recentemente, descobriu-se que a amônia se acumula em tumores sólidos. Células cancerígenas em rápida divisão não só a produzem intensamente, como também têm capacidade limitada de removê-la, entre outras razões devido à vascularização deficiente. No entanto, há evidências crescentes de que a amônia não apenas acompanha os tumores cancerígenos, mas também promove seu desenvolvimento. Já se sabe que algumas células cancerígenas podem usar esse composto para construir sua biomassa.
Uma nova pesquisa realizada por cientistas poloneses, publicada na revista "Cancer Research" , mostra que a amônia afeta negativamente o funcionamento das células do sistema imunológico. Cientistas demonstraram que este composto danifica os mecanismos de defesa das células NK e dos linfócitos T – elementos-chave da nossa imunidade na luta contra o câncer.
"Demonstramos que a amônia reduz a quantidade de perforina nas células citotóxicas – uma proteína responsável pela destruição das células cancerígenas pelo sistema imunológico", explicou a Dra. Magdalena Winiarska em entrevista à PAP. A perforina é um componente dos grânulos citotóxicos liberados pelas células NK e linfócitos T. Sua função é perfurar a membrana celular das células cancerígenas. Os poloneses demonstraram agora que, na presença de amônia, a perforina perde sua eficácia.
Pesquisadores enfatizam que a presença de amônia não apenas enfraquece a resposta imune natural, como também reduz a eficácia da imunoterapia – incluindo terapias baseadas em anticorpos monoclonais e células CAR-T e CAR-NK. Nesses métodos modernos, as células imunes do paciente são geneticamente modificadas para que sejam capazes de reconhecer e destruir especificamente as células cancerígenas.
Novos conhecimentos sobre o papel da amônia no desenvolvimento do câncer mostram que vale a pena realizar mais pesquisas para melhorar a eficácia da imunoterapia. Uma possibilidade seria introduzir enzimas nas células do sistema imunológico que, ao utilizar amônia, restaurariam a atividade total das células citotóxicas.
Outra abordagem que está sendo considerada é o uso de estratégias para dar suporte à atividade da perforina mesmo na presença de amônia.
"A amônia é apenas um dos muitos quebra-cabeças que compõem o quadro completo dos mecanismos que permitem o desenvolvimento das células cancerígenas. No entanto, graças à pesquisa básica, estamos aprendendo cada vez mais sobre o complexo panorama de como o corpo humano funciona na saúde e na doença. E, graças a isso, podemos tratar com mais eficácia. Sem pesquisa básica, não haverá novas terapias", concluiu a Dra. Magdalena Winiarska.
A pesquisa foi realizada com uma bolsa do Conselho Europeu de Pesquisa (ERC).
Ludwik Tomal (PAP)
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