Vai viajar para a Europa? Estas são as pessoas que correm maior risco com as ondas de calor.

A cada verão, as ondas de calor na Europa se intensificam. E embora muitos turistas latino-americanos aproveitem a temporada para viajar ao velho continente, nem todos estão cientes dos riscos associados às altas temperaturas, especialmente idosos e pessoas com doenças crônicas.
“As pessoas mais vulneráveis são aquelas com mais de 65 anos, principalmente se tiverem condições crônicas ou tomarem medicamentos que promovam a desidratação”, alerta Verónica Saldaña Ortiz, doutora em Enfermagem, enfermeira especializada em cuidados intensivos e emergências e professora dos programas de graduação e pós-graduação em enfermagem da Universidade Europeia de Madri.
Segundo o especialista, a chave para evitar complicações graves durante uma onda de calor é a prevenção. Manter-se hidratado, evitar a exposição solar entre 12h e 18h e permanecer em locais ventilados ou com temperatura controlada são medidas essenciais. Em caso de sintomas como confusão, pele fria e úmida ou perda de consciência, é essencial agir rapidamente, colocando a pessoa na sombra, aplicando frio em áreas sensíveis do corpo e entrando em contato com os serviços de emergência.
Saldaña destaca que a Universidade Europeia de Madri lidera atualmente iniciativas educacionais focadas em sustentabilidade e no impacto das mudanças climáticas nas pessoas. "Somos a primeira universidade na Espanha com uma escola de sustentabilidade", afirma, enfatizando que seu compromisso é formar profissionais que entendam e respondam aos desafios ambientais do presente e do futuro.

Na Espanha, comunidades com acesso ao mar são menos afetadas pelas ondas de calor. Foto: EFE/Jorge Zapata
A melhor opção, especialmente se morarem sozinhos, é tê-los acompanhados o máximo possível, garantir que suas casas sejam bem ventiladas e, se possível, tenham acesso a ar condicionado adequado. É muito importante manter-se hidratado. Existem diferenças entre os estados de desidratação, e os idosos, especialmente, a notam mais, pois sua sede diminui. Portanto, é importante incentivá-los a beber água, mesmo que não estejam com sede. Idosos com doenças crônicas são os mais afetados, pois os medicamentos podem agravar a desidratação em altas temperaturas.
Quais são os sintomas que alertam para uma insolação e o que devemos fazer nesses casos? Podemos começar a sentir sintomas leves, como sede, boca seca, diminuição da micção ou fadiga leve. À medida que a condição progride, pode haver sede intensa, mucosas secas, dor de cabeça e tontura. Em casos graves de insolação, podem surgir confusão, pressão arterial baixa, taquicardia acentuada e pele fria e úmida. Atenção especial deve ser dada a pessoas com mais de 65 anos. O que deve ser feito é mover a pessoa para um local protegido do sol, ligar para os serviços de emergência e aplicar compressas úmidas ou gelo nas axilas, pescoço e virilha para reduzir a temperatura, que pode chegar a 40 °C.

Onda de calor na Alemanha. Foto: AFP
Pessoas com mais de 65 anos, que aqui na Espanha tendem a ser aposentadas e têm mais tempo para viajar, correm maior risco de insolação. Se decidirem vir, é melhor escolher áreas menos quentes. Por exemplo, em Madri não temos praia e o clima é seco, mas há fontes. É aconselhável beber entre 2,5 e 3 litros de água por dia, usar ventiladores e se refrescar com água. O mais importante é evitar sair entre meio-dia e 18h, que são os horários mais quentes. Hoje, por exemplo, as temperaturas chegam a 35°C na sombra, o que significa quase 40°C no sol.
Quais riscos uma pessoa corre quando exposta a uma onda de calor sem tomar as devidas precauções? A pele fica quente, vermelha e seca; podem ocorrer fortes dores de cabeça, náuseas ou vômitos. Em estágios avançados, podem ocorrer confusão, desorientação, comportamento incomum, pulso acelerado e respiração difícil. Se não for tratada, podem ocorrer perda de consciência ou convulsões. Além disso, se a pessoa cair em solo quente, pode sofrer queimaduras devido ao contato com o asfalto ainda mais quente.

Pessoas fazem fila em uma fonte pública para encher suas garrafas de água em Roma, Itália. Foto: AFP
Acredito que ainda temos trabalho a fazer. A enfermagem está trabalhando para conscientizar a população com uma comunicação clara, empática e personalizada. Os enfermeiros estão na linha de frente, cuidando dos grupos mais vulneráveis. Adotar medidas preventivas é fundamental. Quanto mais prevenção, menores os riscos. Precisamos que os cidadãos sejam informados, responsáveis e ativos para colaborar com os governos. Hoje, por exemplo, foi divulgada a notícia de que o Mar Mediterrâneo atingiu 32°C. As temperaturas estão subindo não apenas em terra, mas também nos mares.
Qual o papel da Universidade Europeia na educação diante desses desafios ambientais e de saúde? Na Universidade Europeia, estamos conscientizando nossos alunos. Somos a primeira universidade na Espanha, a partir de 2024, a ter uma Escola de Sustentabilidade. Nosso objetivo é formar profissionais que liderem a revolução da economia verde. A Universidade Europeia é referência na união de educação, indústria e valores para preparar nossos alunos para os desafios que enfrentamos.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo