Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Spain

Down Icon

Os casos de coqueluche estão aumentando no país: a doença representa um risco especialmente para crianças.

Os casos de coqueluche estão aumentando no país: a doença representa um risco especialmente para crianças.
A Colômbia enfrenta atualmente um surto de coqueluche, uma infecção conhecida como "tosse dos 100 dias", que representa um risco, especialmente para crianças pequenas não vacinadas. De acordo com dados do Boletim Epidemiológico Semanal do Instituto Nacional de Saúde (NIH), até 14 de junho de 2025, um total de 2.882 possíveis casos de coqueluche foram notificados em todo o país. Destes, 14%, equivalentes a 404 casos (403 da Colômbia e um caso do exterior), foram confirmados; 68,1% (1.963 casos) foram descartados e 17,9% (515 casos) estão sob investigação.
Embora o número pareça baixo, a verdade é que a incidência está disparando. Em 2025, a incidência nacional atingiu 0,76 casos por 100.000 habitantes. Quando comparado com os registros históricos da mesma semana epidemiológica, observa-se um aumento em relação aos anos de 2017 a 2024, quando a incidência não ultrapassou 0,40 casos por 100.000 habitantes. No mesmo período do ano passado, foram registrados apenas 23 casos; em 2023, foram apenas 18; e em 2022, foram 80 até 14 de junho daquele ano.

Incidência de casos confirmados de coqueluche. Foto: INS

"Na semana epidemiológica 24 (até 14 de junho) de 2025, o número de casos de coqueluche foi maior do que o esperado, enquanto os demais eventos analisados ​​por esta metodologia estavam dentro do padrão histórico de notificação", afirma o INS. O maior número de casos foi registrado em Bogotá, com 164 casos e uma incidência de 2,07 casos por 100.000 habitantes, seguida por Antioquia, com 90 casos (1,29 casos por 100.000 habitantes) e Cundinamarca, com 24 casos (0,66 casos por 100.000 habitantes).
Nas últimas quatro semanas, a incidência foi de 0,08 casos por 100.000 habitantes (45 casos). A maior incidência foi registrada no departamento de Antioquia, com 0,23 casos por 100.000 habitantes (16 casos). Durante esse período, a tendência aumentou em Antioquia, Córdoba, Atlântico, Cesar, Cauca e Santiago de Cali.
Por que devemos nos preocupar com o aumento da coqueluche?
A coqueluche, ou coqueluche, é uma doença respiratória aguda altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. Essa infecção é comum em grande parte do mundo e, ocasionalmente, apresenta picos de infecção. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, uma média de 170.000 casos de coqueluche foram relatados globalmente a cada ano entre 2010 e 2019, com uma redução significativa observada durante a pandemia de COVID-19. No entanto, um aumento significativo de casos foi registrado na região europeia durante o segundo semestre de 2023 e os primeiros meses de 2024.
Atualmente, vários países ao redor do mundo estão emitindo alertas devido aos picos na disseminação desta doença. Por exemplo, em 26 de fevereiro, o México emitiu um alerta epidemiológico devido ao aumento de casos em seu território e, em nível regional, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta epidemiológico instando os países a fortalecerem a vigilância e garantirem o monitoramento contínuo da cobertura vacinal infantil.
De acordo com o pneumologista pediátrico e epidemiologista Santiago Ucrós, em média, há picos no número de casos de coqueluche a cada sete anos, como o que vemos no mundo todo desde 2024. "Para onde quer que você olhe no mundo nos últimos meses, seja na Europa, Ásia, Estados Unidos ou América Latina, houve um aumento significativo nos casos de coqueluche", alerta Ucrós.

Pneumologista pediátrico e epidemiologista Santiago Ucrós. Foto: Arquivo privado

Segundo o especialista, essa situação deve nos preocupar, visto que representa um risco epidemiológico, principalmente para menores de idade que não foram vacinados contra a doença. "Há um risco principalmente para bebês muito pequenos, que ainda não completaram 2 meses de idade, quando a primeira vacina é aplicada. Essas crianças geralmente têm a proteção da vacina que a mãe recebeu, mas são as mais vulneráveis, podendo até morrer de coqueluche", alerta.
Há também um risco para crianças mais velhas, que foram vacinadas há vários anos e não têm mais a mesma imunidade à doença. "Nessas crianças, embora não seja fatal, causa uma tosse muito longa, que significa muitas consultas, medicamentos, incapacidades e faltas à escola. Se esse grupo de crianças for infectado, terá uma tosse que dura dois ou até três meses", alerta o médico. Uma situação semelhante ocorre com adultos que podem contrair coqueluche e que apresentam os mesmos sintomas.
Vale lembrar que é recomendado que crianças recebam um reforço da vacina dTpa (difteria, tétano e coqueluche) aos 10 anos de idade, após completarem o esquema vacinal completo. Na Colômbia, o reforço é administrado aos 2, 4, 6 e 18 meses de idade, bem como aos 5 anos de idade. Para adultos, recomenda-se um reforço a cada 10 anos, ou após 5 anos em caso de corte ou queimadura grave.

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir esta doença. Foto: Prefeitura de Cartagena

Como a coqueluche é transmitida e quais são seus sintomas?
A coqueluche é facilmente transmitida de pessoa para pessoa por meio de tosse e espirros. Se tratada prontamente, antibióticos podem ajudar a prevenir sintomas graves. Os sintomas geralmente aparecem de 7 a 10 dias após a infecção e incluem febre baixa, coriza e tosse seca, seguida de um som característico de tosse (que dá nome à doença), além de falta de ar.
Segundo o pneumologista Santiago Ucrós, essa doença, que pode durar até três meses, é conhecida como "tosse dos 100 dias". Ela pode ser diferenciada de uma infecção respiratória convencional principalmente por causar crises intensas de tosse, nas quais a pessoa afetada experimenta uma "pausa respiratória" que dificulta a respiração. Embora essas crises não sejam muito longas, tendem a ser repetitivas.
"Começa como uma gripe leve; às vezes causa febre baixa, às vezes não causa febre nenhuma. Não causa muito desconforto no início, mas depois causa a tosse típica com crises ou acessos de tosse que causam sufocamento. Esse é realmente o sintoma que a diferencia de outras infecções, o tipo de tosse chamada coqueluche", acrescenta Ucrós.

Esta doença representa um risco maior para crianças pequenas. Foto: iStock

Como a coqueluche pode ser prevenida e o que está sendo feito no país para lidar com o número crescente de infecções?
O Plano Ampliado de Imunização (PAI) da Colômbia inclui a vacina contra coqueluche no calendário infantil, com doses aos 2, 4, 6 e 18 meses, além de um reforço aos 5 anos de idade. Para gestantes, a vacinação é administrada a partir da 26ª semana de gestação, com o objetivo de proporcionar proteção passiva ao recém-nascido por meio da transferência de anticorpos maternos. A imunização é essencial para prevenir casos graves em crianças.
Em resposta ao aumento de casos, o Ministério da Saúde e Proteção Social e o Instituto Nacional de Saúde (INSS) emitiram a Circular Conjunta nº 011 de 2025, que estabelece diretrizes de ação para todo o país, abrangendo aspectos de vigilância epidemiológica, imunização e diagnóstico laboratorial. Este documento busca orientar a identificação, a notificação e o manejo de casos e surtos, garantindo uma resposta coordenada e oportuna ao aumento da doença.
Nesse sentido, segundo o epidemiologista Ucrós, a Colômbia deveria começar a considerar, dentro de seu sistema de saúde, a aplicação de uma dose de reforço em crianças entre 10 e 12 anos, como já é feito em outros países do mundo, já que essa população é, particularmente, aquela onde se observa o maior número de infecções.
"As autoridades colombianas deveriam considerar a administração de uma dose de reforço entre os 10 e os 12 anos. Muitos países ao redor do mundo a aplicam, e ela ajuda muito a prevenir a doença em crianças mais velhas e adolescentes. Mas a Colômbia não a inclui em seu plano de imunização", conclui o especialista.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo

eltiempo

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow