O esforço titânico que alcançou um marco médico na Colômbia: células formadoras de sangue foram transportadas entre Bogotá e Bucaramanga.
Em uma operação inédita no país, a Latam Airlines Colômbia, por meio de seu programa Avião da Solidariedade, realizou pela primeira vez o transporte aéreo de células formadoras de sangue — comumente conhecidas como medula óssea — entre Bogotá e Bucaramanga, para beneficiar um paciente com leucemia.

Um paciente com leucemia se beneficiou dessa conquista médica e logística. Foto: iStock
O procedimento, realizado em conjunto com o Instituto Distrital de Ciência, Biotecnologia e Inovação em Saúde (IDCBIS) e com o apoio da Opain, representa um marco médico e logístico no sistema de saúde colombiano. Sua execução foi resultado de mais de um ano de planejamento técnico e coordenação entre as três entidades, que elaboraram protocolos de saúde específicos para garantir o sucesso da transferência.
“Esses tipos de operações refletem o verdadeiro propósito do nosso Avião Solidário: colocar a rede e a capacidade logística da Latam Airlines Colômbia a serviço da vida. Sentimos orgulho em saber que não apenas conectamos cidades, mas também somos facilitadores que levam oportunidades, esperança e vida a muitas famílias”, afirmou María Lara, Gerente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Latam Airlines Colômbia.
Trabalho de precisão em terra e no ar. O processo exigiu uma coordenação meticulosa entre as equipes médicas, a equipe do aeroporto e a companhia aérea, que tiveram que cumprir prazos rigorosos e condições de preservação. Da coleta do material biológico à sua entrega final em Bucaramanga, as células tiveram que chegar em menos de 24 horas, o tempo máximo necessário para manter sua viabilidade antes do transplante.

Graças à coordenação entre a Latam, o IDCBIS e a Opain, uma transferência sem precedentes foi possível. Foto: Cortesia
Cada etapa — coleta, preservação, controle sanitário, transporte e entrega — foi realizada sob protocolos rigorosos, especificamente elaborados para esta operação. A Opain, operadora do Aeroporto El Dorado, desempenhou um papel fundamental na atualização das diretrizes para o transporte aéreo de células e na coordenação da divulgação do procedimento a todas as partes interessadas.
A execução bem-sucedida dessa transferência demonstra a capacidade do país de coordenar esforços entre os setores público e privado para fins científicos e humanitários. Além disso, abre caminho para que a Colômbia fortaleça sua rede de transporte de material biológico sensível, essencial para o avanço de tratamentos altamente complexos.
“Na El Dorado, promovemos a inovação e colocamos nossa infraestrutura a serviço de causas que apoiam a vida. Essa conquista demonstra como entidades públicas e privadas podem gerar impactos reais na saúde dos colombianos”, destacou a empresa que opera o principal terminal aeroportuário do país.

A operação representa um avanço fundamental para a logística de medicamentos e serviços de saúde na Colômbia. Foto: iStock
O IDCBIS, entidade vinculada à Secretaria Distrital de Saúde, coordena o Cadastro Nacional de Doadores de Células-Tronco Hematopoiéticas por meio do programa DarCélulas, a primeira iniciativa na Colômbia a conectar doadores voluntários com pacientes que necessitam de transplante.
Desde a sua criação em 2019, mais de 15.000 pessoas se cadastraram como doadoras em todo o país. Graças a esse esforço, o primeiro transplante entre doadores e pacientes colombianos já foi realizado, um passo crucial para fortalecer a autonomia científica e médica do país nesse tipo de procedimento.
“O objetivo do programa DarCélulas é oferecer a todos os colombianos a opção de acesso a um doador de células sanguíneas não aparentado quando a doação familiar não for possível. Esse procedimento representa a única chance de vida para o paciente que necessita de um transplante e, graças ao altruísmo dos doadores e ao trabalho conjunto com o Plano Solidariedade da América Latina e a Opain, hoje podemos levar esperança a todo o país”, afirmou Paola Cendales, coordenadora do programa DarCélulas no IDCBIS.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo



