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Estudo alerta para crescente dependência de IA para consultas de saúde na Colômbia: Quais podem ser os motivos?

Estudo alerta para crescente dependência de IA para consultas de saúde na Colômbia: Quais podem ser os motivos?
A Colômbia não está apenas entre os países onde a automedicação é mais comum, de acordo com uma pesquisa da Ipsos divulgada em novembro de 2024, mas também há um uso crescente de ferramentas de inteligência artificial (IA) para consultas sobre tópicos relacionados à saúde.
É o que revela um estudo recente realizado pelo Programa de Enfermagem da Universidade Manuela Beltrán, que mostra como essa tecnologia está começando a desempenhar um papel cada vez mais importante nas decisões que as pessoas tomam sobre seu bem-estar.

As pessoas buscam respostas na IA sobre sua saúde. Foto: iStock

O relatório, intitulado "Uso de inteligência artificial para automedicação: percepções, hábitos e desafios éticos em consultas de saúde digital", analisou o comportamento de mais de 300 usuários no país que recorrem a sistemas de IA para aprender sobre sintomas, efeitos de medicamentos e possíveis tratamentos.
De acordo com os resultados, três em cada cinco entrevistados consideram as informações fornecidas por essas ferramentas confiáveis ​​ou totalmente confiáveis , e 40% acreditam que elas poderiam até substituir um médico em casos simples.
O risco reside em não ter um papel claro na formulação de perguntas ou em não garantir um prompt adequado. Além disso, abre-se uma lacuna
Para as pesquisadoras do estudo, como María Andrea Castro e Yina Rocío Hernández, esse fenômeno exige uma leitura crítica. "Devemos ensinar as pessoas a distinguir entre o que é meramente informativo e o que é clinicamente orientador. A IA não deve substituir o julgamento clínico profissional", afirmou Yina Rocío Hernández.
Por que os usuários recorrem à IA para obter respostas sobre sua saúde?

As pessoas dizem que usam IA para consultas por causa de sua velocidade. Foto: iStock

Entre os motivos pelos quais as pessoas disseram que consultam uma IA sobre suas preocupações médicas em vez de um profissional de saúde estão:
- Falta de recursos financeiros (18,9%).
- Curiosidade (27,6%).
Além disso, segundo a pesquisa, os atendimentos mais frequentes são relacionados a pequenos incômodos, como dores físicas inespecíficas, relatadas por 27,7% dos entrevistados.
Em seguida, vêm perguntas sobre gripe, resfriado ou COVID-19, problemas relacionados à saúde mental, tratamento de alergias/reações cutâneas e uma que pode ser mais arriscada, embora menos prevalente: uma investigação de diagnóstico.
No entanto, é impressionante que a maioria das pessoas não age imediatamente após receber uma recomendação digital: 56% preferem pesquisar mais antes de tomar decisões médicas, 25% acabam consultando um médico e apenas 14% acreditam diretamente no que a IA sugere.

Saúde mental está entre as três principais perguntas feitas pelos entrevistados sobre IA. Foto: iStock

“Esses dados refletem uma tendência significativa de autogestão da saúde, principalmente diante de enfermidades menores ou recorrentes”, explicou o pesquisador Castro.
E embora a IA possa ser uma ferramenta complementar, o especialista foi específico ao apontar que há vários riscos em usá-la como está: "O risco está em não ter um papel claro ao fazer perguntas ou em não garantir um prompt adequado. Além disso, abre-se uma lacuna ao perder a opção de acessar serviços de saúde humanizados", observou Castro.
Também é considerado perigoso não interpretar as respostas da IA, bem como não realizar exames físicos completos que ajudem a fornecer pistas para diagnósticos.
As implicações da automedicação

A automedicação pode ser problemática. Foto: iStock

Por outro lado, vale ressaltar que 41% afirmaram usar IA para aprender sobre os efeitos colaterais ou riscos de medicamentos, e 24% buscam orientação sobre a dosagem de um determinado medicamento. No entanto, a pesquisa mostra que a solicitação mais frequente é a recomendação de automedicação para dores leves.
A automedicação é uma prática disseminada na América Latina. De acordo com o estudo mais recente da Ipsos, realizado em 31 países, os seis países com as maiores taxas de automedicação são Brasil, Polônia, Colômbia, Argentina, México e Peru, com taxas entre 69% e 75%. Fatores como barreiras econômicas e fácil acesso a medicamentos de venda livre parecem ser causas comuns.
Nesse contexto, a combinação da automedicação com o uso de inteligência artificial abre um novo cenário para a saúde pública. A academia clama pela promoção da educação em saúde digital e pelo uso responsável de tecnologias emergentes.
"A enfermagem tem a missão de orientar essa transição de uma perspectiva holística, garantindo que a tecnologia seja usada adequadamente", diz uma das conclusões do estudo.
eltiempo

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