Tipos curiosos de dores de cabeça: crises após sexo, esportes ou sorvete.

Atividades extenuantes, como o treinamento físico, estão associadas a dores violentas e repentinas. Cefaleias combinadas – esse fenômeno pode ser sintoma de uma rara cefaleia primária. Além da enxaqueca, da cefaleia tensional e da cefaleia em salvas, existem diversas outras cefaleias primárias menos conhecidas.

As cefaleias primárias são definidas como dores de cabeça que constituem uma doença em si mesmas e não um sintoma de outra condição. Na classificação de cefaleias da Sociedade Internacional de Cefaleias (IHS), os tipos mais raros são agrupados no Capítulo 4, "Outras Cefaleias Primárias".

“Anteriormente, acreditava-se que fossem raras, mas agora presume-se que sejam mais comuns do que o nível de conhecimento público sugere”, relatou o Professor Dr. Stefan Evers, Chefe do Departamento de Neurologia do Hospital Lindenbrunn em Coppenbrügge, no Congresso da Dor em Mannheim, no final de outubro. Essas condições são descritas na nova diretriz “A Terapia de Outras Cefaleias Primárias”, publicada pela Sociedade Alemã de Enxaqueca e Cefaleia (DMKG) em 2024, em colaboração com a Sociedade Suíça de Cefaleia e a Sociedade Austríaca de Cefaleia.

Em princípio, essas formas primárias são doenças benignas, mas algumas podem prejudicar significativamente a qualidade de vida dos afetados, relatou Evers, que coordenou o desenvolvimento da diretriz. Um exemplo é a cefaleia primária por tosse, na qual A tosse desencadeia uma crise de dor de cabeça. "A dor surge de repente, mas desaparece em segundos ou minutos." As crises também podem ser aliviadas pela manobra de Valsalva (equalização da pressão nas vias aéreas). (por exemplo, dor de ouvido quando o nariz é tampado), ao espirrar ou assoar o nariz.

As cefaleias associadas à tosse geralmente têm uma causa subjacente e, portanto, são consideradas uma forma secundária de cefaleia. Isso se aplica a aproximadamente 40% dos casos. Possíveis causas, como malformação de Chiari tipo 1 (uma malformação da fossa craniana), hipotensão intracraniana ou tumores, devem, portanto, ser descartadas por meio de exames diagnósticos.

Crises agudas geralmente não requerem tratamento. Para profilaxia, pode-se tentar a terapia com o anti-inflamatório não esteroidal (AINE) indometacina. De acordo com as diretrizes, recomenda-se doses diárias de 25 a 250 mg de indometacina , com tentativas de redução da dose após alívio da dor ou após três meses de tratamento. A proteção gástrica consistente com um inibidor da bomba de prótons é obrigatória. Em casos individuais, acetazolamida, naproxeno ou redução da pressão do líquido cefalorraquidiano também podem ser considerados.