Greves de médicos: conversas entre BMA e Streeting são 'construtivas'

Médicos residentes dizem que tiveram "discussões construtivas" com o Secretário de Saúde, Wes Streeting, e as conversas continuarão nos próximos dias, em uma tentativa de evitar uma greve planejada.

Os médicos, anteriormente conhecidos como médicos juniores, anunciaram na semana passada que farão greve por cinco dias consecutivos, de 25 a 30 de julho, em uma disputa sobre salários.

Representantes do sindicato dos médicos, o BMA, disseram que as discussões até agora envolveram a busca por "soluções criativas" e que "nada está fora de questão".

O governo insistiu que não pode melhorar sua oferta de aumento salarial de 5,4% para este ano, mas está considerando outras medidas para melhorar as condições de trabalho.

Falando logo após as negociações, Streeting disse: "Tivemos uma conversa construtiva com a BMA hoje e teremos mais conversas nos próximos dias para tentar evitar uma greve.

"Embora não possamos mudar de salário após um aumento salarial de 28,9%, estamos trabalhando em áreas nas quais podemos melhorar a vida profissional dos médicos residentes.

"As greves têm um custo sério para os pacientes, por isso apelo à BMA para que as encerre e, em vez disso, trabalhem em conjunto para melhorar as condições de trabalho dos seus membros e continuar a reconstruir o NHS."

Representantes do sindicato BMA disseram que havia uma "janela de oportunidade" para novas negociações.

Antes das negociações, o Guardian informou que Streeting estava considerando oferecer o perdão de algumas dívidas de empréstimos estudantis dos médicos, como parte de um pacote que visava evitar as greves.

Questionado sobre isso, o Dr. Ross Nieuwoudt, da BMA, disse: "Exploramos muitas questões, falamos sobre muitas coisas em altos níveis, buscando soluções criativas para encontrar um caminho genuíno para melhorar o valor de ser um médico no Reino Unido.

"Nada está completamente fora de questão."

Os médicos residentes receberam um aumento salarial médio de 5,4% neste ano fiscal, que será contabilizado nos salários a partir de agosto, após um aumento de 22% nos dois anos anteriores.

A BMA argumenta que, em termos reais, o salário dos médicos residentes ainda é cerca de 20% menor do que em 2008.

A alegação se baseia em uma medida de inflação chamada Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Este índice inclui custos de moradia e juros de empréstimos estudantis e mostra aumentos de preços maiores do que alguns outros indicadores de inflação.

A BMA diz que o aumento de 5,4% deste ano não os leva longe o suficiente para restaurar o salário ao seu valor de 17 anos atrás.

Ao anunciar as greves na semana passada, a Dra. Melissa Ryan e o Dr. Ross Nieuwoudt disseram que os médicos ficaram "sem escolha" sem uma "oferta confiável para nos manter no caminho para restaurar nossos salários".

Mas Streeting chamou a greve de "desnecessária e irracional", acrescentando: "O NHS está por um fio. Por que diabos eles estão ameaçando retirá-la?"

Ele diz que os médicos residentes receberam os maiores aumentos salariais de todos os funcionários do setor público nos últimos três anos e que o governo não oferecerá mais aumentos.

Mas conversas recentes sugerem que outras medidas estão sendo consideradas, incluindo melhorias nas condições de trabalho dos médicos.

Médicos residentes participaram de 11 greves separadas durante 2023 e 2024.

Para acabar com as greves anteriores do ano passado, o novo governo trabalhista concedeu um aumento retroativo de 22% ao longo de dois anos.

A ação na Inglaterra não afetará os médicos residentes na Escócia, no País de Gales ou na Irlanda do Norte, que negociam diretamente com seus governos delegados sobre seus salários.

Os salários básicos dos médicos residentes na Inglaterra variam atualmente de £ 37.000 a £ 70.000 por ano para uma semana de 40 horas, dependendo de seus anos de experiência, com pagamentos extras para quem trabalha em turnos noturnos e fins de semana.