Saúde. Afogamento seco realmente existe?

A expressão ainda aparece em alguns sites de serviços descentralizados do Estado, referindo-se ao Instituto Nacional de Prevenção e Educação para a Saúde (INPES), que foi sucedido pela Santé Publique France em 2016...

"O afogamento seco corresponde às consequências pulmonares da imersão em água. A vítima sai da água com a impressão inicial de que tudo está bem, enquanto a água, na verdade, penetrou nos pulmões. Isso causará edema da lesão e um fechamento reflexo das vias aéreas em um segundo estágio", descreve.

Provoca ansiedade e é impróprio…

A expressão é hoje frequentemente discutida e considerada inadequada. Não corresponde a nenhuma entidade médica real.

De acordo com o Dr. Rohit Shenoi, professor de pediatria e medicina de emergência no Baylor and Texas Children's Hospital (Houston), o caso pode ter se originado em autópsias de vítimas de afogamento, que revelaram pouca ou nenhuma água nos pulmões.

"Às vezes, tem sido usado para descrever sintomas que aparecem — mais frequentemente em crianças, nota do editor — algumas horas, ou até mesmo alguns dias, após nadar ou um afogamento não fatal", sugerindo de forma falsa e provocadora de ansiedade que seria possível morrer várias horas ou dias(!) após nadar...

Sintomas escalonados, bastante raros...

O médico lembra que "afogamento é uma dificuldade respiratória causada pela imersão em água. Pode ser fatal ou não".

A maioria das vítimas resgatadas apresenta sintomas mínimos que melhoram em seis a oito horas. Se houver sinais preocupantes de tosse e dificuldade para respirar dentro de oito horas após o afogamento, o paciente deve procurar atendimento médico.

Ele especifica: "Sintomas tardios, mais de oito horas após o afogamento, em pacientes aparentemente saudáveis são raros."

Um afogamento não fatal?

É também uma oportunidade para fazer um balanço do afogamento "não fatal". Isso ocorre "quando uma pessoa se afoga e submerge as vias aéreas debaixo d'água, mas é resgatada. Ela pode perder a consciência e sentir alguma dificuldade para respirar".

Enquanto isso, "o afogamento fatal ocorre quando as vias aéreas ficam submersas e os pulmões e o cérebro não recebem mais oxigênio, o que leva à parada respiratória e cardíaca", conclui o pediatra americano.

Fonte: site do Baylor and Texas Children's Hospital, acessado em 16 de julho de 2025