"Há um acerto de contas a ser feito": família processa estado após crianças serem envenenadas pela bactéria E. coli

Uma família decidiu processar o governo francês após seus dois filhos terem sido envenenados pela bactéria Escherichia coli (ou E. coli) na região de Aisne. Assim como eles, um total de 32 pessoas, a maioria crianças, foram envenenadas após consumir carne de açougues na cidade de Saint-Quentin.

Hoje, as crianças desta família estão "bem fisicamente, mas não tão bem psicologicamente", garantiu seu advogado Emmanuel Ludot à BFMTV nesta quinta-feira, 10 de julho. "Mas escapamos da tragédia e, felizmente, elas sobreviveram."

Eles passaram pouco mais de uma semana internados após o envenenamento. A família, juntamente com seu advogado, decidiu processar o estado.

"Uma bactéria como essa nunca surge por acaso; sempre há causas multifatoriais", explica Emmanuel Ludot. "O Estado não explicou as verificações que deveria ter realizado."

O advogado denuncia a falta de "rastreabilidade dessa carne" em açougues "que nunca foram, ou raramente foram, inspecionados". "Aparentemente, pode nunca ter havido qualquer verificação."

"Não há inspeções aleatórias, nem verificação das condições dos sistemas de refrigeração ou das condições em que essa carne é armazenada."

Tudo isso em um dos departamentos "que certamente é um dos mais pobres da França". "Se não há cheques suficientes, é porque não há recursos suficientes, porque a prefeitura não tem o suficiente", resume o advogado da família.

Emmanuel Ludot, portanto, nos assegura que um envenenamento de tal magnitude não é surpreendente e "tinha que acontecer". "Se somarmos a falta de capacidade (dos trabalhadores dos açougues, nota do editor), de controles, um departamento precário e a falta de recursos, isso resulta em 30 casos de contaminação por E. coli e uma morte ."

Agora, ele espera que o Estado se explique. "Há responsabilização." Ele também espera indenização para seus clientes e solicitou a nomeação de um perito médico para examinar as duas crianças envenenadas e determinar "a extensão dos danos".

Uma investigação judicial ainda está em andamento sobre acusações de "homicídio culposo", "lesão involuntária", "perigo e engano agravados pelo risco à saúde humana".